a mudança de escola

Desde que comecámos a tratar da mudança de casa que sabia que tinha de mudar a escla da Marcella. Adiei tanto quanto pude, porque a Marcella estava na escolinha há cerca de 3 anos e custa a qualquer um "perder" o convívio com os amigos. Ela adora os colegas, adora as tias da escola e por isso tive de ser muito cuidadosa na escolha da escola. Depois de um exaustivo estudo de mercado (foram 9 ou 10 visitas a creches), lá me decidi pela primeira quem nunca!. Baseei a minha escolha principalmente no facto de a coordenadora da escola ter acompanhado a Marcella no primeiro ano - sendo uma cara conhecida ela estranharia menos - depois, logicamente, na proximidade ao meu serviço. As actividades extra-curriculares também pesaram um bocado na minha decisão. Sabia que queria que a Marcella praticasse ballet e natação, e a escola escolhida tem as duas actividades, o que me permite não ficar "presa" aos sábados de manhã.

Conversei muito com ela, sobre o facto de termos de mudar de escolinha, de conhecer meninos novos, de termos rotinas novas e de que a mudança pode ser boa, se nós tentarmos ver o lado bom das coisas. Talvez seja muita interiorização para uma criança de 4 anos, mas ela entendeu perfeitamente o recado e ficou ansiosa para conhecer o mundo novo! Dormiu cedo e tudo (oh Gloria! eheheh)

No final do primeiro dia, assim que entrámos no carros, perguntei como sempre:

C: como correu a escola hoje?

M: (encolhe os ombros) foi bom.

ALERTAAA, como assim "foi bom"?! E aquela ansiedade? Os colegas novos? Não há mil coisas para contar?! Respira fundo Mãe, pergunta novamente.

C: foi bom? O que é que fizeste? Não gostaste?

M: (meio arrancado a ferros) pintei, desenhei, não brincámos no parque porque a Abóbora disse que estava a chover.

C: estás triste Marcella?!

M: sim.

C: porquê?!!

M: a Tia disse que eu não posso chamá-la Tia...

C: sim, ela é tua professora, tens de chamar profesora.

M: também não! Ela disse que é Abóbora, só Abóbora!

(Entenda-se Abóbora como sendo Débora) 

A adaptação foi quaaaase excelente, não fosse o tal detalhe que lhe fez a maior confusão do mundo! Antigamente ela chamava as educadoras de Tia, é quase cultural aqui, os mais velhos são tios, avós, não são os Fulanos. Já na escola nova, as educadoras são chamadas pelo nome, o que lhe fez muita confusão. Lá foi a defensora dos oprimidos pedir para irem adaptando a Marcella aos poucos, porque foram 3 anos de Tias na vida da Marcella, não é fácil mudar.

Este foi o primeiro fim de semana pós regresso às aulas e posso dizer que está a ser top a vontade dela ir para escola. Está constantemente a perguntar se já são horas de dormir (apesar de continuar a fazer resistência quando tem de se deitar), pergunta se dormir demora muito e se falta muito para ir para a escola :) é muito bom ver que ela gosta do novo ambiente.

Mais uma missão cumprida. Next!