sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

fui ali ser gorda e já volto...

Há 10 anos atrás, quando cheguei a Angola, eu era um espeto que andava. Os meus pais emigraram, fiquei 3 meses sem os ver, quando vim a minha Mãe chegou a pensar que estava anorética doente! Em dois dias de Angola, fiquei mesmo doente, nunca soube ao certo o que tive, mas emagreci mais um bocado e como estava sempre fraca, a minha Mãe ia me dando coca-cola para eu me ir aguentando obrigado mãezinha, por me viciares em substâncias nocivas. Havia também uma padaria mesmo por baixo do meu prédio, que tinha uns pãezinhos ma-ra-vi-lho-sos. Como eu vim de férias e há 10 anos atrás e não havia propriamente grande coisa para se fazer, passava o dia a comer. Escusado será dizer que em 3 semanas, depois de recuperar, foi só ganhar volume!
 
Infelizmente as pré-adolescentes comilonas tornam-se adolescentes apaixonadas às vezes por verdadeiras bestas e pronto... ou deixam de comer, ou passam a comer ainda mais, ou mantém o nível de consumo mas os nervos as abalam por completo!
 
A minha elegância que eu odiava, sorry magrinhas estabilizou por aí em 2008. Era magra e pronto! Não gostava, mas nada do que eu fizesse me ajudava a engordar. Tentei tomar as vitaminas para abrir o apetite, o famoso Viternum, aviso já que a única coisa que abriu foi a porta do mundo das moscas Tsé-tsé e que todas me vieram picar. Fiquei num estado em que nem falar conseguia, voo total. Qual era o meu problema, se eu até nem gostava de ser magra, era só comer que isso mudava! Não. A minha cabeça também estava magra.
 
Por experiência própria digo, não há vitamina, nem comida que engorde o corpo dono de uma cabeça magra.
 
Bom, na verdade, só há uns meses atrás é que redescobri o prazer que é sentir-se enchouriçada dentro de uma roupa. Dizer "a minha roupa está toda apertada, não tenho nada que vestir" em vez de "tenho de mandar apertar isto outra vez". Sentir que os ossos´do pescoço não vão perfurar ninguém caso nos abracem...ah, o mundo das pessoas com carne é lynduh! Falas assim porque continuas magra, porque isto ou aquilo. Não. Eu falo assim porque já fui magra e sentia-me horrível, não me sentia saudável. Não sei como se sente uma pessoa acima do peso, mas garanto que estar abaixo é horrível.
 
Neste momento, finalmente, subi um número na roupa, já não visto XS, nem 34, nem 14 anos, visto S, o 34 aperta-me mas o 36 boia um bocado. Graças a quê? Graças à minha cabeça ter engordado.
 
A minha realidade hoje em dia é a seguinte: bebo coca cola como se fosse água (pelo menos uma por dia não sabe o mal eu lhe fazia), acabo um pacote de bolachas em 30 minutos (pode ser de água e sal, chocolate, manteiga, não interessa), chego a casa e preciso de comer uma fahita, um cachorro, uma sandes gigante...tomo o pequeno almoço às 9h, por volta das 11 já estou ansiosa que chegue a hora de almoço.
 
Estou leve, estou de bem com a vida, estou sempre cheia de fome, cheia de vontades, só nunca estou cheia de comer. Tenho uma gorda a viver dentro de mim.
 
 
Não, este post não é a favor da obesidade. É a favor da paz de espírito, estar em paz com a nossa aparência, também nos faz ser/estar feliz. Estar em Paz estabiliza o nosso metabolismo, isso é ser saudável. O ser gorda ou ser magra depende de vários fatores: alimentação, sedentarismo, a tal paz...enfim, fico-me por aqui porque posts grandes dão preguiça de ler!

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